Boas Práticas Agrícolas
Nematoide das galhas na cultura da soja
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Autor: Marina G.S Oliveira, Carlos Guarnieri, Danilo Ferezin, pesquisadores CPD&D Corteva Agriscience
No Brasil, as espécies mais importantes para a cultura da soja são Meloidogyne javanica e Meloidogyne incognita. Em áreas com alta ocorrência desses nematoides, geralmente são observadas manchas em reboleiras, com plantas menores e amareladas. Em alguns casos, podem também ser observadas folhas com manchas cloróticas ou necroses entre as nervuras (folha “carijó”).
Quando ocorrem “veranicos” na fase de enchimento de grãos, os danos podem ser ainda mais expressivos. Esses sintomas exibidos na parte aérea são reflexos de um sistema radicular deficiente que, entre diversas possíveis causas, os nematoides podem ser responsáveis.
Foto: Carlos Guarnieri
Ao coletar essas plantas com suspeita de diagnóstico para ocorrência dos nematoides, é possível observar a formação de galhas nas raízes onde, internamente, estão localizadas as fêmeas. O número e tamanho das galhas pode variar dependendo da cultivar e da densidade populacional.
Uma vez introduzidos na lavoura, a erradicação desses organismos é praticamente impossível. Por isso, devem ser adotadas ferramentas de manejo para reduzir o nível populacional e, assim, aumentar as chances da cultura expressar seu potencial produtivo.
Antes de se optar pelas ferramentas de manejo disponíveis, faz-se necessário realizar uma amostragem adequada na área
Figura: Métodos em Nematologia Agrícola, 2019.
Levando em consideração que a distribuição dos nematoides é irregular, recomenda-se que os talhões sejam divididos de maneira a representar a homogeneidade observada nas divisões da área e também dos aspectos apresentados pelas plantas.
Recomenda-se que os pontos de amostragem não sejam realizados dentro das reboleiras, pois as populações dos nematoides podem não ser representativas, uma vez que, geralmente, essas plantas estão mais debilitadas. Por isso, devem ser coletadas amostras de solo e raíz ao redor das reboleiras.
Além disso, o solo deverá estar com uma umidade natural, evitando coletas em condições de encharcamento ou ressecamento excessivo. Depois, as amostras deverão ser encaminhadas para um laboratório de nematologia para ser feita a correta identificação e quantificação dos nematoides.
A rotação de culturas é uma das práticas de grande importância para o manejo dos nematoides das galhas. Espécies como Crotalaria spectabilis, Crotalaria ochroleuca, Crotalaria breviflora, brachiárias e mamonas são exemplos de opções para redução populacional das espécies M. javanica e M. incognita.
Considerando-se que a maioria das gramíneas forrageiras não são hospedeiras dos nematoides das galhas, a integração lavoura-pecuária pode ser considerada uma boa estratégia de manejo. Nesse caso, há que se dar atenção especial ao controle de plantas daninhas nas pastagens, muitas das quais são suscetíveis aos nematoides.
Além dessas opções, escolher cultivares resistentes, com baixo fator de reprodução ou tolerantes também podem ajudar a reduzir a população de nematoides.
Outras ferramentas a serem consideradas são o uso do controle químico e do controle biológico, através de produtos registrados à base de Bacillus e fungos como exemplos, Purpureocillium lilacinum, Pochonia chlamydosporia e Trichoderma spp.
Os produtos químicos e biológicos poderão ser aplicados no sulco de plantio ou via tratamento de semente. Essas modalidades, assim como as formulações disponíveis, dependerão do registro para a cultura e alvos.
É importante ressaltar que, além desses exemplos citados, manter uma adubação equilibrada, bem como a correta lavagem dos equipamentos e o controle de tráfego na lavoura, evitando a disseminação para outras áreas não infestadas é de fundamental importância, assim como monitorar a lavoura com amostragens adequadas antes de um novo plantio.
Foto: Marina G.S. Oliveira
Foto: Carlos Guarnieri
Como vimos no conteúdo acima, uma vez que os nematoides estão introduzidos na lavoura, é difícil a erradicação desses organismos. A Corteva Agriscience traz um aliado forte contra os nematoides, Lumialza™. Este é o primeiro nematicida biológico para tratamento de sementes do portfólio Corteva que além de todos os benefícios de ter uma lavoura com saúde e mais rentável ainda ajuda na rápida germinação e no maior desenvolvimento das raízes e parte aérea das plantas.
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REFERÊNCIAS: ZAMBONI, A. C. M.; SILVA, S. A.; FERRAZ, L. C. C.
B. Métodos em nematologia agrícola. Piracicaba: Sociedade Brasileira de Nematologia, 2019.