Como minimizar os impactos do atraso na semeadura do arroz?
Mesmo com condições desfavoráveis, ações corretas podem minimizar os impactos causados pelo clima.
Mesmo com condições desfavoráveis, ações corretas podem minimizar os impactos causados pelo clima.
Devido ao excesso de chuvas no mês de outubro e no início de novembro, a semeadura de arroz irrigado no Rio Grande do Sul atrasou.
Pesquisas elaboradas pelo IRGA revelam que a produtividade da cultura do arroz no Rio Grande do Sul é menor nas lavouras semeadas em novembro e dezembro.
Por isso, para quem faz a semeadura nessa época, a solução é esperar que a segunda quinzena de fevereiro e a primeira de março tenham um bom índice de radiação solar, sem temperaturas baixas capazes de interferir negativamente na fertilidade das espiguetas.
Porém, não é só o atraso na semeadura que pode prejudicar a produtividade na próxima safra de arroz no Rio Grande do Sul. As fortes chuvas e a frequência com que caem sobre o estado também podem comprometer a produção dos arrozais.
O volume de água que veio da chuva nos últimos dias causou danos aos sistemas de irrigação e drenagem, além da destruição de taipas, o que pode exigir mais tempo e aumentar os custos dos produtores.
Também foram registrados danos às plantas de arroz onde houve acúmulo de água nas partes mais baixas da lavoura por um, dois ou até sete dias. Isso porque, quanto mais tempo a água fica parada, maior é o prejuízo.
Mesmo para aquelas lavouras semeadas na época mais adequada, os tratos culturais começam a ser feitos fora do melhor momento. Por exemplo, a ureia será aplicada fora dos estádios de mais eficiência e, por consequência, a irrigação será atrasada. Isso pode causar problemas com plantas daninhas, emergência de novos fluxos de sementes, novas aplicações de herbicidas e mais custos com o retrabalho.
Nos anos difíceis como este, fica mais evidente a importância de:
O atraso em uma operação é como uma bola de neve, desencadeia o atraso dos demais processos e isso pode trazer consequências negativas na produtividade e nos custos de produção.
Por isso, é importante:
Com isso, não vamos acabar com os danos já ocorridos, mas com algumas dessas ações pode ser possível minimizar o impacto causado pelas condições de ambiente desfavoráveis.
Valmir Menezes
MSc. Agronômo e consultor, com mais de 30 anos de experiência na atividade arrozeira.