Brusone
A brusone é a principal doença do arroz. Ela pode causar perdas de até 100% do potencial produtivo da cultura. Por isso, o monitoramento deve ser constante para identificar seu surgimento já nos primeiros focos.
Além disso, é importante fazer o manejo integrado da cultura, unindo boas práticas de manejo com os materiais genéticos utilizados e a proteção com controle químico.
Trata-se de uma doença policíclica, que dura entre 5 e 7 dias. Isso indica que as fases de desenvolvimento do fungo ocorrem de forma concomitante, o que indica que ela já pode estar infectando a cultura mesmo antes dos sintomas serem vistos. O ciclo de vida da brusone tem as seguintes fases:
Os sintomas
A doença afeta toda a parte aérea da planta, incluindo as folhas, os nós do colmo, as bainhas e várias partes das panículas. Inicialmente, as lesões aparecem nas folhas com a formação de pequenas lesões necróticas, de coloração marrom que evoluem, aumentando de tamanho e se tornando elípticas, com o centro acinzentado ou esbranquiçado e margem marrom.
Com o aumento do número e do tamanho, as manchas podem se juntar, queimando toda a área foliar e provocando a morte das plantas ainda na fase vegetativa.
Infecções em outras partes da planta incluem a aurícula e lígula da folha bandeira, os nós do colmo e as estruturas reprodutivas (espiguetas) que apresentam manchas de cor marrom com posterior necrose total da parte atingida, impedindo a circulação da seiva que resultam em impacto direto na formação dos grãos, e consequentemente na produtividade. As panículas infectadas são brancas e estéreis.
O fungo permanece de um ano para o outro na lavoura, ou seja, sobrevive nos restos culturais. As sementes infectadas e a palha são fontes da doença, enquanto o vento permite e a água permitem que a disseminação seja rápida de um lugar para o outro.
O uso de fungicidas
De modo geral, a recomendação é de que os fungicidas sejam usados no estágio de emborrachamento, que é quando a redução da fonte de inóculo dos patógenos é realizada para a proteção durante a emissão das panículas do arroz, e no estágio do pleno florescimento – para manter as plantas protegidas até o final do ciclo da cultura.
Quando ocorre focos das doenças no estádio vegetativo, a primeira aplicação deve ser antecipada. Nesse estádio, deve ser feito o monitoramento da lavoura.
É importante ressaltar que os fungicidas devem ser usados nas doses e momentos corretos, respeitando o período de carência de cada produto.
A aplicação correta dos fungicidas, associada à práticas de manejo adequadas, resulta em uma maior produtividade de grãos e rentabilidade, pois permite a proteção do potencial produtivo do arroz.
Práticas de cultivo
A associação de práticas de cultivo adequadas ao manejo químico resulta na manutenção e proteção do potencial produtivo construído durante toda a safra. Essas práticas resultam em incrementos na qualidade do arroz que chega às indústrias e consequentemente, ao consumidor.
Para controlar a brusone, há medidas que devem ser executadas do preparo do solo até a colheita. Essas medidas são diferentes no trato do arroz irrigado e no arroz de sequeiro.
Arroz irrigado
● Sistematizar o solo para garantir uma inundação uniforme;
● Usar sementes certificadas;
● Plantar dentro das épocas recomendadas;
● Evitar altas densidades de semeadura;
● Utilizar adubação equilibrada, principalmente a nitrogenada;
● Inundar a cultura quando estiver no estádio V2-V4;
● Monitorar possíveis focos de brusone no estádio vegetativo e antecipar a primeira aplicação na presença da doença;
● Manter a irrigação contínua até 15 dias após o florescimento;
● Pulverizar com fungicidas como medida preventiva de controle da brusone das panículas, sendo a primeira aplicação no emborrachamento e a segunda 10 a 15 dias após a primeira;
Arroz de sequeiro
● Usar sementes certificadas;
● Evitar altas densidades de semeadura;
● Plantar dentro das épocas recomendadas, preferencialmente no mês de outubro, que é quando costuma ser o início do período de chuvas;
● Fazer o tratamento de sementes com brusonicisa;
● Utilizar adubação equilibrada, principalmente a nitrogenada;
● Monitorar possíveis focos de brusone no estádio vegetativo e antecipar a primeira aplicação na presença da doença;
● Pulverizar com fungicidas como medida preventiva de controle da brusone das panículas, sendo a primeira aplicação no emborrachamento e a segunda 10 a 15 dias após a primeira;
Mancha-parda
A mancha-parda é uma doença causada por um fungo que é bastante prejudicial ao arroz irrigado e às regiões de arroz sequeiro. Ela costuma se manifestar nas folhas em todos os estádios do arroz, mostrando sintomas também nos grãos.
Apesar de o potencial de danos econômicos da mancha-parda ser menor em relação à brusone, essa doença tem sido frequente nas regiões produtoras do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Geralmente, a maior severidade da mancha-parda é verificada em solo sistematizado ou de baixa fertilidade, principalmente em potássio.
Os sintomas
As manchas dessa doença nas folhas são ovais, geralmente, têm a coloração marrom, com o centro esbranquiçado, dependendo da idade da mancha. Já nos grãos, as manchas são marrom-escura e se juntam, cobrindo o grão inteiro.
Quando o ataque da mancha-parda é severo, todos os grãos das panículas são manchados, o que resulta na formação de grãos chochos ou na redução do peso deles. Os grãos totalmente manchados, no beneficiamento, apresentam gessamento, quebra dos grãos e coloração escura - afetando sua qualidade.
Plantas jovens também podem ser atacadas pela mancha-parda. Nesse caso, aparecem pequenas manchas marrom-avermelhadas nas folhas.
A doença é transmitida pelas sementes infectadas e pode sobreviver nos restos de cultura por anos.
O controle com fungicidas e práticas agronômicas
O controle da mancha-parda se dá por meio da aplicação de fungicidas foliares, sendo recomendadas 2 aplicações, sendo a primeira na época de emissão das panículas, para baixar a fonte de inóculo, e a segunda de 10 – 15 dias após a primeira, para aumentar a qualidade dos grãos.
Além disso, as práticas agronômicas podem reduzir altas incidências da doença. A rotação de cultura, a escolha da cultivar e o manejo adequado da irrigação são exemplos dessas práticas.
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