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Monitoramento da cigarrinha-do-milho no Oeste da Bahia e Oeste do Paraná

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Atualmente um dos principais desafios para produção de milho no Brasil é o manejo da cigarrinha—do—milho, Dalbulus maides. (Figura 1), inseto transmissor dos molicutes espiroplasma e fitoplasma, que causam os enfezamentos pólido e vermelho. Além disso, esse inseto transmite o vírus Maize rayado fino vírus causador da Risca (virose).

Regiões e forma de monitoramento

Com o aumento da incidência de enfezamentos na cultura do milho em várias regiões, a partir de 2019 a Corteva Agriscience iniciou um programa de monitoramento da cigarrinha—do—milho em algumas regiões produtoras (Figuras 2 e 3, Tabela 1), para entender a flutuação do inseto ao longo dos meses e anos.

Essa avaliação foi realizada com armadilha luminosa contendo cartão adesivo (Figura 4), uma vez por semana, mantendo—se ligada apenas no período da noite anterior da avaliação e coleta dos insetos. Os insetos coletados tambem foram encaminhados para análise molecular (PCR) visando saber se as cigarrinhas estavam infectadas com os molicutes.

 

Resultados obtidos

Nas armadilhas posicionados no Oeste da Bahia (Gráfico 01), a maior quantidade de insetos coletados ocorreu nos meses de fevereiro e março de 2020, repetindo a tendência nos mesmos meses de fevereiro e março de 2021, em menor proporção no último ano.

Os maiores picos populacionais ocorreram sempre no mês de março, quando em 2020 registrou-se valores superiores a 2000 cigarrinhas coletadas em media no mês (BA05 e BA07), e em 2021 registrou-se valores próximos a 500 cigarrinhas (BA08 e BA10), nos pontos de maior coleta ou presença do inseto (Gráfico 1). A flutuação da cigarrinha-do-milho na região Oeste do Paraná (Grófico 2) ocorreu em dois ricos populacionais anuais, durante os meses de janeiro/fevereiro, e junho/julho de 2020.

A tendência ascendente em janeiro/fevereiro se repetiu em 2020 e 2021. O pico populacional em junho/julho só foi avaliado em 2020, mas continua sendo monitorado (Gráfico 2).  A análise de PCR das cigarrinhas coletadas indicou 71% das amostras com espiroplasma, 91% com fitoplasma e 96% com a presença de pelo menos um dos moliuctes.  As importantes informações apresentadas neste documento servem para alertar os produtores sobre o risco potencial desta praga ao longo do ano, sendo um dos pilares do manejo de insetos.

"A Corteva Agriscience iniciou um programa de monitoramento da cigarrinha do milho em algumas regiões produtoras." 

Recomendações de manejo da cigarrinha do milho

As seguintes práticas fazem parte de uma série de medidas que devem ser adotadas em conjunto: eliminar o milho voluntário (tiguera) e usar herbicidas para manter a lavoura limpa; não semeie milho próximo a lavouras com adultas apresentando sintomas de desnutrição; usar híbridos com maior tolerância genética à atrofia; usar sementes certificadas e tratadas com inseticidas registrados;  sincronizar o período de semeadura da cigarrinha entre as fases do VE-V8 e aplicar inseticidas registrados para monitorar ao máximo a presença da população; alternar os modos de ação para evitar a resistência aos inseticidas; controlar a qualidade da colheita e evitar a perda de espigas e grãos; aura de transporte na região; milho colhido corretamente e evitar a perda de grãos nas estradas; rotacionar culturas e evitar plantios sucessivos de gramíneas; e realizar o controle intensivo de insetos nas bordas das lavouras.

AUTORES: Renata Ramos Pereira, Ademar Novais Istchuk, Josemar Foresti, Paulo Roberto da Silva - Pesquisadores da  Corteva Agriscience.

 

REFERÊNCIA: Doenças do milho: insetos vetores, molicutes e vírus.  Charles Martins de Oliveira, Elisabeth de Oliveira Sabato, editores técnicos.  278 página Brasília, DF: Embrapa, 2017