Article •  26/04/2022

Dessecação pré-plantio na cultura soja em Sistema Plantio Direto (SPD) na região dos cerrados, 2021

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Com o advento do Sistema Plantio Direto (SPD) na região dos Cerrados, a dessecação pré-plantio na cultura da soja se torna a mais importante prática de manejo de plantas daninhas. A disseminação de sementes e a fácil adaptação às regiões favoreceram e trouxeram complicações para o manejo tradicional. 

 

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IMG-Sistema-Plantio-Direto-Corteva-LA-BR-V1 Imagem do Informe Agro sobre Dessecação pré-plantio na cultura soja em Sistema Plantio Direto (SPD) na região dos cerrados, 2021
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IMG-Sistema-Plantio-Direto-Corteva-LA-BR-V1 Imagem do Informe Agro sobre Dessecação pré-plantio na cultura soja em Sistema Plantio Direto (SPD) na região dos cerrados, 2021

Até então plantas como Corda de Viola (Ipomoea sp), Buva (Conyza sp), Capim amargoso (Digitaria insularis), Trapoeraba (Commelina sp) e Leiteiro (Euphorbia heterophylla) se apresentavam em várias áreas mas com baixa intensidade. Outras plantas daninhas, Vassourinha de Botão (Spermacoce verticilatta), Erva de Touro (Tridax procumbens) e Caruru (Amaranthus sp) se aproveitaram da baixa eficácia de alguns grupos químicos de herbicidas para se difundirem e ganharem relevância nos cultivos de soja. Algumas plantas daninhas preferem solos mais corrigidos e férteis e se adaptam muito bem em áreas com drenagem deficiente. A Trapoeraba (Commelina sp) tem registro de quatro espécies na região dos Cerrados. O controle inicial é oneroso, os herbicidas utilizados têm baixa eficácia de controle se usados isoladamente, sendo primordial a associação de mais de um grupo químico para o controle eficaz.

“A dessecação pré-plantio na cultura da soja se torna a mais importante prática de manejo de plantas.” 

Para a Buva (Conyza sp) há registros de três espécies presente nos Cerrados e seu controle implica associação de grupos químicos de herbicidas, uma vez que há registros de múltipla resistência a herbicidas. A biologia desta planta daninha é a sua maior aliada conferindo alta camada cerosa em ambien em ambiente de estresse que protege a planta da entrada de compostos herbicidas. 

Foto: Laurício Moraes
Foto: Laurício Moraes

O Caruru (Amaranthus spp) é uma planta nativa dos Andes e se adaptou muito bem na região dos Cerrados, atualmente temos seis espécies no Brasil. Planta muito exigente, e sua biologia contribui para sua disseminação, pois há enorme quantidade de sementes viáveis/ano quando as plantas não são controladas adequadamente. É defendido que o manejo desta espécie requer efetuar dessecação pré-plantio antecipadamente associando herbicidas pré-emergentes.

Foto: Laurício Moraes
Foto: Laurício Moraes

O Capim amargoso (Digitaria insularis) é a planta daninha mais estudada nos Cerrados. A planta se adaptou rapidamente e ganhou A plan importância à medida que a eficácia do herbicida Glifosato foi diminuindo. RIZZARDI et al (2017) definem que o Capim amargoso tem potencial para se tornar a principal planta daninha dos Cerrados. A dificuldade de controle, poucos graminicidas com alta eficácia, erros de manejo e a biologia da planta contribuíram para sua expansão nos Cerrados. 

Foto: Laurício Moraes
Foto: Laurício Moraes

Perdas decorrentes de plantio sobre plantas daninhas não dessecadas.

 

É prática em algumas regiões, dada a dificuldade de clima e ausência de umidade em meados de setembro, o plantio na palhada de milho oriundas da segunda safra. Em áreas pontuais da propriedade é possível esta prática sem a dessecação. No entanto, vários pesquisadores (RIZZARDI et al, CONSTANTIN et al, OSIPE et al, ADEGAS et al) são bastante claros quanto a dessecação antecipada para plantio de soja e afirmam: “Há perdas iniciais decorrentes da não realização da dessecação pré-plantio”. A reali cultura da soja necessita do arranque inicial até o V2 a permanecer “no limpo”. Diversos autores relatam que em determinadas cultivares de soja a pressão de plantas daninhas nas fases iniciais da cultura podem acarretar perdas de até 12% da produtividade, pois há competição inicial por luz, água e nutrientes.

Boas práticas de manejo pré-plantio:

As condições de falta de umidade e plantas daninhas estressadas em meados de setembro dificultam a tomada de decisões do produtor. Entretanto, o mapeamento herbológico nos talhões, escolha de herbicidas com baixo residual no solo e com eficácia, aliado a boas práticas de tecnologia de aplicação são fatores que garantem o sucesso na implantação da lavoura.

AUTOR: Laurício Ribeiro de Moraes, Engenheiro Agrônomo, Especialista em Fertilidade do solo – UFLA, Especialista em Fitotecnia – Iphytus, Mestre em Produção Vegetal – UniRV e Doutorando em Agronomia – UFG (2021)

REFERÊNCIA: ALTMANN, N; Plantio Direto no cerrado 2ª edição, 2010 | KISSMANN, K,G; GROTH, D; Plantas Daninhas Infestantes e nocivas, 2ª edição, 2000

Este artigo possui informações agronômicas da Corteva Agriscience e destinado a produtores agrícolas.