Capricho: caminho à recuperação da produtividade dos canaviais
Luiz Carlos Corrêa Carvalho
“Faça o seu melhor, na condição que você tem, enquanto você não tem condições melhores, para fazer melhor ainda!”
Luiz Carlos Corrêa Carvalho
“Faça o seu melhor, na condição que você tem, enquanto você não tem condições melhores, para fazer melhor ainda!”
A produtividade final da cana de açúcar mostrou perda de 2 toneladas de açúcares totais por hectare nos últimos 10 anos e a oferta de canas estancou. Claro que nos últimos 3 anos seguidos houve seca, com momentos graves de geadas e incêndios, gerando importante e elevado grau de falhas nas linhas de cana. Também políticas públicas desestimulantes, com distorcidas medidas. Mesmo assim, as perdas têm outros sintomas fundamentais a serem observados!
Quais seriam?
Do que precisamos?
1- Além de mudas sadias, as variedades precisam estar adaptadas ao ambiente de produção das unidades produtoras em cada tipo de solo e de acordo com a época de corte (a frente de corte também determina a variedade a ser plantada).
2- Preparo de solo adequado, com correção da acidez e uso de rotação de cultura, pois se enriquecerá com vida os solos, além do uso de adubação orgânica que se associa à adubação verde (Brachiaria, crotalária, soja, amendoim...) sendo um manejo imprescindível atualmente nos solos tropicais.
3- É momento de se aplicar novas tecnologias como a nutrição foliar, reguladores de crescimento, extratos de algas, bio-estimulantes, pesticidas biológicos e outros produtos que somente serão eficientes ao se utilizar mudas sadias e um bom preparo de solo, pois o solo se constitui no “BERÇO” da cultura da cana para um longo período entre o plantio e a reforma desse canavial.
4- Escolhida a variedade adequada, em nova biodinâmica do solo, é fundamental controlar as ervas daninhas no momento correto, com o herbicida recomendado, de acordo com o “Banco de Sementes” do local.
5- Outro fator para boa produtividade dos plantios é a “irrigação de salvamento”. Trabalhos experimentais do IAC revelaram que uma redução de 100mm na precipitação de um ciclo do canavial, pode reduzir de 7 a 10 t/ha!
6- Adoção correta do sistema “MEIOSI” de plantio, com mudas pré-brotadas -MPB, certificadas, onde na ponta do lápis pode-se se reduzir atualmente cerca de R$ 4.000,00/ha no sistema de plantio em relação ao processo mais utilizado.
Este sistema de plantio confere ao produtor a possibilidade de mudar seu plantel varietal de uma forma planejada, com maior possibilidade desse canavial expressar seu potencial produtivo, trabalhando esses conceitos.
Com a chegada da primavera, este ano chuvosa, é tempo de reagir e de recuperar. Técnicas são fundamentais, assim como o capricho como base das operações! Para isso, a transferência de conhecimento, via treinamento do produtor, é chave à pretendida solução, para que os canaviais tenham o mesmo efeito poupa-terra* que se vê nas culturas de grãos.
* efeito poupa-terra: advindo de ganhos de produtividade na integração lavoura-pecuária, em particular na fase de pecuária, é tido como fator-chave para permitir a expansão da produção de alimentos e de biocombustíveis no País com mínima pressão sobre a vegetação nativa.