Os agricultores que adotam o sistema de produção com o plantio de soja no verão e milho na safrinha podem se ver diante do desafio de controlar a presença do milho tiguera, também conhecido como guaxo e voluntário, durante o desenvolvimento da soja.
Além da matocompetição (que já é um gerador de prejuízos) entre o milho que cresce sem controle na soja, outro problema também pode se instaurar: a presença ou a permanência da cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) nas plantas tigueras.
Não controlar o milho tiguera faz com que essas plantas sirvam de hospedeiras para reprodução das cigarrinhas. Assim, quando a cultura da soja for colhida e a nova safra de milho ocupar a área, o produtor, provavelmente, já terá a presença dessa importante praga na sua lavoura de milho.
A cigarrinha-do-milho é uma praga que transmite o complexo dos enfezamentos, doença causada por molicutes, microrganismos semelhantes a bactérias. Os molicutes afetam o desenvolvimento, a nutrição e a fisiologia das plantas infectadas e, em consequência, a produção de grãos. Com isso, os prejuízos na cultura do milho podem chegar a 100%.
O ciclo biológico da cigarrinha-do-milho é rápido, dura de 23 a 27 dias, e começa com a colocação de ovos, localizada perto da nervura central da planta de milho, o que torna difícil a localização e controle.
Após a eclosão dos ovos, as ninfas se alimentam das folhas e do colmo da planta e, em cerca de 14 dias, atingem a fase adulta. Uma cigarrinha adulta pode viver até 110 dias. Por conta dessa longevidade e do grande potencial de reprodução, a cigarrinha consegue sobreviver durante toda a safra da soja e pode se fazer presente, em grande pressão, na safra do milho, onde grandes perdas podem acontecer por conta dos enfezamentos nas plantas.
Com esses dois exemplos, fica fácil visualizar o grande poder de multiplicação da cigarrinha. Sendo assim, se o milho tiguera não for controlado, há uma grande possibilidade do novo cultivo já iniciar com uma alta pressão de cigarrinha.
Por outro lado, uma vez que o milho tiguera é eliminado na cultura da soja, a cigarrinha passa a não ter o ambiente propício para se alimentar e se reproduzir. E a nova safra de milho inicia com maior possibilidade da ausência da praga. Por isso, o manejo para se ter o vazio de milho por três meses, visando quebrar o ciclo da cigarrinha, é altamente recomendado.
Esperar e começar o controle do milho tiguera apenas quando houver três ou quatro fluxos de germinação na área não é o mais recomendado, porque faz com que a cigarrinha tenha bastante tempo e ambiente propício para se multiplicar, dificultando o seu controle. Além disso, temos que ter em mente que toda planta de milho tiguera estará competindo com a soja, causando matocompetição, com potencial para gerar perdas de produtividade na cultura da soja.
Controle o milho tiguera nos estágios iniciais da soja (imagem A) e não aguarde por maiores fluxos enquanto a soja está em estágios mais avançados (imagem B). Essa prática vai colaborar tanto para a produtividade da soja quanto para o controle da cigarrinha.
O recomendado é fazer o manejo já nas primeiras emergências do milho tiguera e isso pode se iniciar, inclusive, logo após a colheita da safra de milho. Ou seja, deve-se começar o manejo do milho tiguera antes mesmo do plantio da soja, caso ele já apareça na área.
Controlar os primeiros fluxos de milho tiguera com aplicações de herbicida é mais eficiente, já que a planta estará menor e a cigarrinha não terá tantos lugares disponíveis para se alojar.
Para a eliminação do milho voluntário, o recomendado é fazer uso de um bom graminicida, como, por exemplo, o Verdict® Max, um herbicida completo que possui máxima eficiência, de acordo com o recomendado na bula do produto. Conheça mais sobre o Verdict® Max clicando aqui.
Seguir as recomendações das Boas Práticas Agrícolas, significa manejar o milho tiguera de uma forma mais efetiva e sustentável para evitar a multiplicação da cigarrinha-do-milho e consequentemente os danos causados pelos enfezamentos.
Eliminar o milho tiguera traz grandes benefícios. E com as Boas Práticas Agrícolas, o controle pode se tornar mais eficiente e sustentável, mantendo as safras mais produtivas.
O aumento de rentabilidade depende também de outros fatores como condições de clima, solo, manejo, estabilidade do mercado, entre outros.