Importância da utilização de fungicidas multissitios
Adicionados aos programas fungicidas na cultura da soja, os multissítios atuam como estratégia antiressistência ao fungo da Ferrugem Asiática.
Adicionados aos programas fungicidas na cultura da soja, os multissítios atuam como estratégia antiressistência ao fungo da Ferrugem Asiática.
Diante do atual cenário da produção de soja brasileira, na qual há uma dificuldade no controle do fungo da Ferrugem Asiática da Soja, é necessário a adoção de estratégias que permitam reduzir a pressão de seleção de resistência dos fungicidas de ação especifica e ao mesmo tempo elevar a eficiência das atuais formulações comerciais de fungicidas. A sustentabilidade do controle químico está sofrendo impactos que poderão se tornar irreversíveis no futuro próximo e consequentemente ocasionar grandes perdas produtivas na cultura da soja.
Os fungicidas, baseado no espectro de ação, podem ser classificados em sítio-específicos ou multissítios. Fungicidas sítio-específicos são ativos contra um único ponto da via metabólica de um patógeno ou contra uma única enzima ou proteína necessária para o fungo. Uma vez que esses fungicidas são específicos em sua toxicidade, eles podem ser absorvidos pelas plantas e tendem a ter propriedades sistêmicas. Como resultado dessa ação específica, os fungos são mais propensos a se tornarem resistentes a tais fungicidas porque uma única mutação no patógeno pode reduzir a sensibilidade ao fungicida. Fungicidas multissítios afetam diferentes pontos metabólicos do fungo e apresentam baixo risco de resistência, tendo um papel importante no manejo antirresistência para os fungicidas sítio-específicos.
Os fungicidas com o modo de ação M (atividade multissítio), atuam pela interferência generalizada de processos metabólicos vitais da célula fúngica. São caracterizados por permanecerem sobre a superfície foliar e atuarem formando uma camada de proteção sobre os folíolos contra a germinação de esporos. Esta característica, possibilita à remoção do produto após ocorrência de chuvas, irrigação ou fotodegradação. Por esta razão, são colocados em segundo plano pelos sojicultores. Contudo, quando manejados corretamente e sob condições ideais, inibem a germinação de esporos de uma gama de patógenos, reduzindo perdas decorrente de doenças.
De uma forma geral, os fungicidas multissitios podem ser adicionados aos programas fungicidas na cultura da soja, visando o controle da ferrugem asiática da soja, a fim, de recuperar e incrementar a eficiência das misturas comerciais fungicidas e ao mesmo tempo, atuar como estratégia antiressistência ao fungo da Ferrugem Asiática da Soja. Portanto deve-se dar atenção à alguns pontos. Primeiro é o fato de que são produtos a serem utilizados como reforço das aplicações e devem ser associados a fungicidas sistêmicos. Outro ponto importante deve-se ao fato que são produtos protetores, não-sistêmicos, possuindo ação preventiva, e apresentando maior resposta em tecidos sadios, antes do fungo penetrar. Assim, as maiores respostas de uso são quando as aplicações são bem posicionadas, sob baixa pressão de doença. Os fungicidas multissitios não corrigem erros de posicionamento, por não possuirem efeito curativo.
Além do uso de fungicidas multissitios outras boas práticas agrícolas são importantes no manejo eficiente de doenças na cultura da soja como: cultivares tolerantes, rotação de culturas, época de plantio adequada, respeito ao vazio sanitário, manejo nutricional equilibrado. Aplicar o fungicida em doses, volume de calda e intervalos de aplicação recomendados em bula pelo fabricante. Os fungicidas devem ser usados preventivamente, ou o mais cedo possível, considerando as condições favoráveis para o desenvolvimento da doença. Evitar aplicações em alta pressão de doença e de forma curativa. Não utilizar mais do que duas aplicações de produtos de mesmo modo de ação em sequência. Eliminação de outras plantas hospedeiras ou plantas voluntárias é uma medida importante na redução de inóculo, assim como evitar o plantio de soja sobre soja. O objetivo é reduzir a ponte verde para sobrevivência do patógeno. Reduzir a janela de semedaura. Respeitar o período do vazio sanitário. E visando uma obter o máximo de cada produto, utilizar a tecnologia de aplicação para uma eficiente distribuição do produto sobre a planta.
Referências Bibliográficas
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