Contexto
A tecnologia de aplicação deve evoluir no sentido de promover a máxima eficálcia desta prática, com resultados físicos e biológicos satisfatórios e melhor rendimento econômico, sem afetar as culturas sensíveis.
O cuidado com a limpeza do tanque é outro ponto importante das Boas Práticas Agrícolas a que se deve ter muita atenção. A realização inadequada deste processo pode prejudicar a cultura seguinte durante a próxima aplicaçã ode herbicidas.
Este material foi desenvolvido para dar orientações importantes aos profissionais ligados ao assunto e auxiliá-los na relaização de aplicações eficazes, seguras e sustentáveis.
Tecnologia de Aplicação
Alguns passos são indispensáveis para melhorar a qualidade da aplicação. O primeiro é conhecer bem o alvo que se pretende atingir, no caso a praga, doença ou planta daninha.
Na sequência, escolher o produto mais apropriado, levando em conta a eficiência, seletividade para cultura e inimigos naturais e a baixa toxicidade que, consequentemente, impactará o homem e o ambiente.
Deriva
A deriva é a deposição do defensivo fora do alvo, que causa ineficiência da aplicação e pode acarretar problemas ambientais. Ela ocorre principalmente pela aplicação de gotas finas e muito finas em condições meteorológicas inadequadas.
As boas práticas para reduzir o percentual de deriva durante a aplicação dos defensivos agrícolas incluem: calibragem da pressão do pulverizador e uso de pontas de pulverização adequadas para cada situação. Tais parâmetros agem diretamente no tamanho das gotas, resultando no aumento ou redução do risco de deriva.
Velocidade e direção do vento
Motivos como o tamanho da gota, sua velocidade e altura da barra afetam a distância que uma gota percorre até atingir o alvo. Quanto maior a velocidade do vento, maior a distância para fora do alvo que a gota será levada. Quanto maior a gota, menos afetada pelo vento ela será, caindo mais rápido na superfície pretendida. Ventos fortes podem desviar gotas maiores para longe do alvo.
A direção do vento é tão importante quanto a velocidade na redução do dano causado pela deriva. A presença de culturas sensíveis próximas ao local de pulverização, particularmente na direção do vento, é um dos principais fatores a serem analisados antes de iniciar as pulverizações, porém é frequentemente negligenciado.
Condições meteorológicas
Para uma aplicação segura, é importante respeitar condições como:
- Temperatura até 30°C
- Umidade relativa do ar acima de 50%
- Velocidade média do vento entre 3 e 10 km/h
Recomendações para aplicação
- Volume de calda ajustado entre: 100 e 150 L/ha
- Altura da barra: 50 centímetros acima do alvo
- Tipo de ponta: deve oferecer o equilíbrio ideal entre redução de deriva e eficácia no controle de plantas daninhas
- Tamanho da gota: utilizar pontas de pulverização com indução de ar
- Culturas sensíveis: não aplicar se o vento favorecer o movimento fora do alvo
Culturas sensíveis
No processo de aplicação, fique de olho nas culturas sensíveis, é imprescindível protegê-las.
Siga os seguintes passos:
- Converse com seus vizinhos sobre seus planos de plantio.
- Estimule o plantio de barreira de proteção vegetal para quebrar o vento no entorno dos pomares.
- Deixe uma área de segurança de 10 metros a favor da direção em que o vento estiver soprando.
Limpeza do tanque
Para evitar problemas, o produtor deve ficar atento ao usar novamente o pulverizador. O uso de um único pulverizador, a falta de cuidado na lavagem e aplicações concomitantes de herbicidas, fungicidas e inseticidas podem expor a cultura a um residual de um mecanismo de ação inadequado, tendo consequências com prejuízos visíveis à sanidade da planta. É importante ter em mente, também, que o resíduo afeta diretamente a produtividade da lavoura.
Recomendações de lavagem
Quando o assunto é a limpeza do pulverizador, os primeiros itens lembrados são pontas e tanque. Mas é importante ter atenção a outras partes menos visíveis como tela, filtros, bombas e extremidades que também ficam em contato com o herbicida. Por isso, certifique-se de limpar completamente o pulverizador após concluir a última pulverização.
Enxágue único
Se a próxima aplicação após o uso do herbicida for na mesma cultura tolerante ao glifosato, é necessário apenas um enxague.
Drene o sistema de pulverização.
Encha o tanque do pulverizador com, pelo menos, 10% do volume total com água limpa.
Descarte a água de lavagem pelas pontas.
Enxague triplo
Se a próxima aplicação após o uso dos herbicidas for em qualquer outra cultura, ou na mesma cultura, porém, com sementes não tolerantes ao glifosato, é necessário um procedimento de triplo enxágue.
Drene o sistema de pulverizador por, pelo menos, cinco minutos.
Lembre-se de drenar a bomba, remover os filtros, as pontas e as telas. Saiba que pode haver solução presa.
Encha o tanque do pulverizador com água limpa, pelo menos 10% do volume total do tanque.
No primeiro enxágue, circule a água limpa por todo o pulverizador por, pelo menos, 15 minutos. Sem esquecer de enxaguar as pardes do tanque.
Enxague totalmente o tanque.
Drene o restante da água do pulverizador.
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Tecnologia de Aplicação: Culturas sensíveis e recomendações de limpeza do tanque